CAMINHOS DE SANTIAGO EM BICICLETA (BTT) DIA II - 7 de Junho de 2007
A manhã começou com boatos de crédito duvidoso. Diziam os companheiros de peregrinação que tinham dormido mal devido a alguém que ressonara muito alto. Eu cá devo ser franco: não ouvi nadinha. É assim que se criam os falsos mitos!
As pernas estavam aparentemente como novas. Tinham valido a pena os exercícios de alongamentos do final da etapa do dia anterior. A partir daqui e como viajávamos em autonomia a mochila começou a pesar mais, pois teríamos que levar connosco toda a casa ás costas.
Pequeno-almoço tomado, dez minutos para trocar uma câmara-de-ar furada e lá fomos nós. Da residencial até Ponte de Lima são cerca de 3 Km de beleza impar. O rio Lima todo espelhado reflectindo os contornos das margens, deixava antever na acalmia de seu leito um dia de tempo ameno e agradável. Assim foi. Um bem-haja ao S. Pedro, pois se à dureza da etapa lhe acrescentássemos calor estaríamos certamente feitos!
Ainda antes de cruzar a ponte Medieval sobre o rio Lima, tempo para atestar de água os camelbaks e os cantis suplementares. 5 litros, foi quanto carregamos repartidos pelos três.
O percurso durante cerca de 12 Km é bonito e agradável de fazer. Um ou outro trilho em piores condições obrigou-nos desde logo a desmontar, como que preparando-nos para o que se seguiria. Uma queda depois e cerca de 15 Km percorridos, passamos a ponte dos arcos. A partir daqui é que a coisa se tornou séria. A parte mais dura do percurso reservou-nos um belo conjunto de difíceis subidas, com um terreno impossível em pedra, as quais, mesmo alombando com a bike às costas, foram penosas de se fazer. Não digo quase mortos“, mas relativamente cansados, uma hora depois e muito pouco terreno percorrido, alcançamos por fim a “Cruz dos mortos”. Após colocarmos a tradicional pedra marcando a passagem, seguimos na esperança que as descidas por fim começassem. No entanto, estas estavam ainda longe e as poucas que apareciam eram de terra e repletas de pedra grande solta que faziam-me sentir como se estivesse dentro de uma máquina de lavar em programa de centrifugação. Fomos andando e finalmente o percurso começou a descer. Mais um carimbo na credencial, uma “Ave-maria” no tasco local e seguimos de São Pedro da Porta Aberta até Valença. Já passava das 14:15 h quando às portas de Valença nos sentamos à mesa para um merecido descanso e almoço. Um retemperador Bife com ovo e salada foi a ementa para os três.
Energias parcialmente repostas e lá fomos nós, em direcção a Espanha. Por volta das 15:30 h estávamos a cruzar a ponte Internacional sobre o Rio Minho. Finalmente entravamos em Espanha. Depois de uma subida até ao bonito centro histórico de Tui entramos num percurso que tinha tanto de agradável como de mal sinalizado. Facto que viria a ser repetido em vários pontos do caminho por terras Galegas.
Tempo para deixar uma nota positiva e de reconhecimento aos que em Portugal se dedicam à marcação e remarcação do percurso que está excelente quando comparado com o caminho em Espanha.
Depois de passar o desinteressante polígono Industrial de Tui e que quase nos fazia relembrar o trabalho, seguimos em direcção a Porriño. Estacionados na principal rua pedonal do centro, enquanto os companheiros procuravam desesperadamente umas havaianas* para enfiar à noite, eu tive a visita de um reformado Porrinhense que extasiado não tirava os olhos da suspensão da frente da “Santa Cruz (do Bispo)” do Gabriel e referia: “Esto es como la Vespa, tiene el sistema mono-brazo que ha sido introducido por Piaggio”. Quinze minutos depois, ainda tinha o homem vidrado na suspensão referindo vezes sem conta as semelhanças entre os pormenores mecânicos do sistema de suspensão da Vespa e da “USE”. Como tínhamos que partir, lançamos um ossito ao homem e mal ele se distraiu rapidamente arrancamos. Passamos Mós e não tardou muito e entramos em mais uma parte de subidas de declive acentuado. Maioritariamente em alcatrão, seriam no entanto um osso duro de roer (osso que havia sido lançado ao reformado) devido ao cansaço acumulado de toda a dura etapa já percorrida. Após estas árduas e inesperadas subidas, mais uma vez se deu razão à velha máxima do ciclismo: “após muito subir ou é plano ou sobe mais, ou então começa a descer” Começamos a descer em direcção a Redondela, onde coincidência das coincidências era também dia de festa. Ficamos instalados no recomendável albergue de Redondela. Tempo para um banho de água fervente que quase nos arrancava o escalpe, para o Bículas vasculhar as janelas e varandas do primeiro andar a fim de arranjar esquema para voltar a entrar no Albergue e finalmente saímos a “la calle”. Seguiu-se jantar no restaurante “O Migas” e noite livre.
* Havaianas – chinelos de dedo e não as apetitosas nativas de Havaí descendentes dos polinésios.
Tylben
A manhã começou com boatos de crédito duvidoso. Diziam os companheiros de peregrinação que tinham dormido mal devido a alguém que ressonara muito alto. Eu cá devo ser franco: não ouvi nadinha. É assim que se criam os falsos mitos!
As pernas estavam aparentemente como novas. Tinham valido a pena os exercícios de alongamentos do final da etapa do dia anterior. A partir daqui e como viajávamos em autonomia a mochila começou a pesar mais, pois teríamos que levar connosco toda a casa ás costas.
Pequeno-almoço tomado, dez minutos para trocar uma câmara-de-ar furada e lá fomos nós. Da residencial até Ponte de Lima são cerca de 3 Km de beleza impar. O rio Lima todo espelhado reflectindo os contornos das margens, deixava antever na acalmia de seu leito um dia de tempo ameno e agradável. Assim foi. Um bem-haja ao S. Pedro, pois se à dureza da etapa lhe acrescentássemos calor estaríamos certamente feitos!
Ainda antes de cruzar a ponte Medieval sobre o rio Lima, tempo para atestar de água os camelbaks e os cantis suplementares. 5 litros, foi quanto carregamos repartidos pelos três.
O percurso durante cerca de 12 Km é bonito e agradável de fazer. Um ou outro trilho em piores condições obrigou-nos desde logo a desmontar, como que preparando-nos para o que se seguiria. Uma queda depois e cerca de 15 Km percorridos, passamos a ponte dos arcos. A partir daqui é que a coisa se tornou séria. A parte mais dura do percurso reservou-nos um belo conjunto de difíceis subidas, com um terreno impossível em pedra, as quais, mesmo alombando com a bike às costas, foram penosas de se fazer. Não digo quase mortos“, mas relativamente cansados, uma hora depois e muito pouco terreno percorrido, alcançamos por fim a “Cruz dos mortos”. Após colocarmos a tradicional pedra marcando a passagem, seguimos na esperança que as descidas por fim começassem. No entanto, estas estavam ainda longe e as poucas que apareciam eram de terra e repletas de pedra grande solta que faziam-me sentir como se estivesse dentro de uma máquina de lavar em programa de centrifugação. Fomos andando e finalmente o percurso começou a descer. Mais um carimbo na credencial, uma “Ave-maria” no tasco local e seguimos de São Pedro da Porta Aberta até Valença. Já passava das 14:15 h quando às portas de Valença nos sentamos à mesa para um merecido descanso e almoço. Um retemperador Bife com ovo e salada foi a ementa para os três.
Energias parcialmente repostas e lá fomos nós, em direcção a Espanha. Por volta das 15:30 h estávamos a cruzar a ponte Internacional sobre o Rio Minho. Finalmente entravamos em Espanha. Depois de uma subida até ao bonito centro histórico de Tui entramos num percurso que tinha tanto de agradável como de mal sinalizado. Facto que viria a ser repetido em vários pontos do caminho por terras Galegas.
Tempo para deixar uma nota positiva e de reconhecimento aos que em Portugal se dedicam à marcação e remarcação do percurso que está excelente quando comparado com o caminho em Espanha.
Depois de passar o desinteressante polígono Industrial de Tui e que quase nos fazia relembrar o trabalho, seguimos em direcção a Porriño. Estacionados na principal rua pedonal do centro, enquanto os companheiros procuravam desesperadamente umas havaianas* para enfiar à noite, eu tive a visita de um reformado Porrinhense que extasiado não tirava os olhos da suspensão da frente da “Santa Cruz (do Bispo)” do Gabriel e referia: “Esto es como la Vespa, tiene el sistema mono-brazo que ha sido introducido por Piaggio”. Quinze minutos depois, ainda tinha o homem vidrado na suspensão referindo vezes sem conta as semelhanças entre os pormenores mecânicos do sistema de suspensão da Vespa e da “USE”. Como tínhamos que partir, lançamos um ossito ao homem e mal ele se distraiu rapidamente arrancamos. Passamos Mós e não tardou muito e entramos em mais uma parte de subidas de declive acentuado. Maioritariamente em alcatrão, seriam no entanto um osso duro de roer (osso que havia sido lançado ao reformado) devido ao cansaço acumulado de toda a dura etapa já percorrida. Após estas árduas e inesperadas subidas, mais uma vez se deu razão à velha máxima do ciclismo: “após muito subir ou é plano ou sobe mais, ou então começa a descer” Começamos a descer em direcção a Redondela, onde coincidência das coincidências era também dia de festa. Ficamos instalados no recomendável albergue de Redondela. Tempo para um banho de água fervente que quase nos arrancava o escalpe, para o Bículas vasculhar as janelas e varandas do primeiro andar a fim de arranjar esquema para voltar a entrar no Albergue e finalmente saímos a “la calle”. Seguiu-se jantar no restaurante “O Migas” e noite livre.
* Havaianas – chinelos de dedo e não as apetitosas nativas de Havaí descendentes dos polinésios.
Tylben
1 comentário:
Estiamios a quedar mucho internacionalios!
No hay nadia como comenzare a escrivieri correctamienti en otras linguas.
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