Fabricantes / Concessionários automóveis - Associação de malfeitores continuação

Caro tylben
A tua posta denota alguma ingenuidade e algumas incorrecções. Passo a explicar :

1- O plástico também se solda pelo que deverias ter soldado a peça que partiu e assim tinhas o teu problema resolvido por menos de 50 cêntimos mais a mão-de-obra.

2- Se achas que os concessionários são uma rede de malfeitores então experimenta ir comprar uma peça à sucata ! E cuidado com as chamadas peças da concorrência que muitas vezes são mais caras do que a origem. Atenção, que a venda de peças para automóveis, bem como a venda de automóveis em 2ª mão, são uns dos negócios mais chorudos em Portugal. Senão é vê-los a proliferar em cada esquina.

3- Não acredito que nenhuma Marca, premeditadamente opte por materiais menos fiáveis em troca de futuros lucros na venda de peças. O problema está na capacidade técnica das marcas para arranjar soluções mais ou menos fiáveis, e, todos nós sabemos, que as marcas Italianas não prezam a fiabilidade. É fácil constatar isto senão já tínhamos empresas de venda de peças auto associadas a marcas de automóveis, e, as grandes marcas não podem sequer pensar em perder clientes por insatisfação. De certeza que para ti a Flechia já era...

4- O facto dos concessionários e as marcas optarem por não “repararem” e identificarem e trocarem a peça mal deve-se à lógica do negócio de sector automóvel. Veja-se a auto-europa e o parque industrial de Palmela em volta. Hoje em dia, as grandes marcas só desenvolvem os componentes e montam o automóvel. Fabricam somente poucas peças, importantes, subcontratado a outros, a execução da grande maioria dos conjuntos que constituem o automóvel, tipo o pára-choques, tablier, assentos, etc... Assim está claro que se formos ao concessionário “reparar” umas das peças que a Marca compra num subconjunto, a logística do fornecimento da peça seria complicadíssimo. Associado a este facto está também um problema da Europa, a falta de mão-de-obra tipo “Quim da Eugénia, Especialista em Mecânica Auto” que ainda saiba afinar um platinado ou os jiglers. Com a electrónica nos motores começamos a ter mecânicos que vêm dos Centros de Formação e que olham para o monitor e escrevem no teclado para identificar a avaria.

5- Para mim o problema reside efectivamente aqui, na falta deste tipo de mão-de-obra especializada. E, é por causa desta falta que o mercado não funciona, pois a que existe, está conotada com algum amadorismo e falta de qualidade quer do serviço quer do prazo. Todos nós nos lembramos da figura do Mecânico como um homem vestido com um fato de macaco azul todo sujo, as mão pretas de óleo, o cabelo todo despenteado de estar com a cabeça metida debaixo do carro e que trabalha num sitio normalmente escuro à luz duma gambiarra. Se houvessem especialistas deste, organizados e sérios, tenho a certeza que alguns dos lucros das casas de peças ficariam para este tipo de negócio que tanta falta faz a nós
proprietários de automóveis, e ficaria então para os concessionários, Norautos e auto impérios os trabalhos perfeitamente padronizados tipo “tira velho e mete novo” .Assim certamente que os preços baixariam.

Vito