O que retiro de positivo nas raras vezes em que infelizmente tenho que me deslocar a um organismo publico, é que rapidamente esclareço as minhas dúvidas e volto a acalmar a minha inquietação sobre o porquê do nosso Pais não andar para a frente e por exemplo o facto dos nossos impostos não pararem de aumentar sem que vejamos minimamente o seu reflexo na melhoria dos benefícios disponíveis para as populações. Quando ai tenho que ir tratar de alguma coisa, num ápice fica tudo claro como a água. Percebo porque é que há gente a mais na maior parte dos organismos públicos, percebo porque é que quem vai trabalhar para o Estado raramente decide mudar de emprego, percebo porque é que rapidamente os homens começam a usar blazers com padrão de espinha por cima de camisolas de gola redonda e dedeira de borracha. Percebo porque e é que as mulheres quando entram na casa dos quarenta sempre se fazem acompanhar de uma saca de cartão tipo “Macmoda” com sabe-se lá o quê dentro.
Pois devido a este meu treino de raciocínio e dedução sobre os comportamentos dos funcionários públicos, agora também não me é difícil perceber porque é que os médicos não querem picar o ponto com o dedinho.
Pois agora amigos, se por acaso tiverem que se deslocar a um Hospital e forem atendidos por um médico sem o dedo indicador, não caiam na tentação fácil de pensar que este fazia em seu tempo de estudante um part-time numa carpintaria de limpo enquanto andava a estudar para Doutore à noite. Não senhor. O facto é que o Sr. Dotore furto da decisão do Sr. Ministro teve que fazer um porta-chavezinho com o seu dedito indicador para deixar na portaria num amigo contínuo que a troco de umas garrafitas pelo Natal e de atendimento preferencial para ele e sua família na unidade, se encarrega de lhe passar o dedito pela maquineta. Desta forma, exceptuando o escarafunchar das narinas que agora passou a ser feito com o médio e diga-se que até dá uma ar muito mais fino, o Sr. Dotore não precisou de alterar rotinas, e tal como antigamente pode baldar-se ao serviço sem perda de remuneração.
Ficou claro?
(excepto o conteúdo da saca das senhoras funcionárias publicas na casa dos quarenta)
Bom ano de 2007
Tylben
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